Tuesday 8 December 2009

Serpent Rise - Metal Horde Zine #4

Os Serpent Rise são uma banda brasileira com uma história muito peculiar! Formados em 1993 na região de Rio Grande do Sul por Agnaldo Gomes vocalista e mentor do projecto (tb em Arcanum XIII e Nuctemeron) e que hoje se mantém como único membro fundador, lançariam a demo 'Anastenárides' em 1994 seguida 1 ano depois por 'Travellin´Free' uma demo de 2 faixas de um excelente Doom/Death Metal! Em 1998 saíria o tão famigerado albúm de estreia com o nome, 'Gathered By...', mas é então que se dá um acontecimento estranho e a banda desaparece de circulação até 2008 altura em que edita o single, 'Euphoric Waves of Melancholy'! Entretanto durante esses anos passaram vários elementos pela banda tais como, Sérgio Alves, Igor Goulart, Luis Gustavo e Diogo nas guitarras, Marcello no baixo, Ider nas teclas e Julio, Daniel Lopes e Gilian Balestrin na bateria, sendo hoje os Serpent Rise constituidos pelo seguinte line-up:

Agnaldo Gomes - Vocals/Maurício Silveira - Guitarra/José Neto - Baixo/Silvio Werlang - Teclas


A entrevista que se segue foi efectuada por mim ao Agnaldo Gomes cerca de Agosto/Setembro de 2008!


MH- Hail Agnaldo, como vão as coisas contigo e com os Serpent Rise?
(Agnaldo) – Saudações à todos! Por aqui tenho incansavelmente batalhado para manter em atividade a minha banda principal, Serpent Rise, porém as dificuldades para se fixar uma line up tem atrapalhado muito os planos para o lançamento de um segundo album.

MH- Vocês formaram-se há cerca de quinze anos, pelo meio houve bastantes alterações mas para começar conta-me um pouco de como foi o começo, que sentimentos te vêm à cabeça quando recordas esse principio?
(Agnaldo) – Exatamente, nobre amigo lusitano, já se passaram quinze anos desde que eu e meu amigo Júlio resolvemos unir nossos talentos para criar uma banda que expressasse ,musicalmente, todos os nossos sentimentos obscuros. Nós encontramos na sonoridade DOOM METAL a forma perfeita para tornar isso realidade. Eu confesso que nunca me preocupei em quanto tempo a banda iria permanecer na ativa, tanto que fazem quinze anos, mas para mim a sensação é como se eu tivesse criado a Serpent Rise a poucos dias atrás.

MH- Vocês sempre, ou pelo menos nos últimos anos, sofreram do problema das mudanças de formação, é difícil encontrar quem tenha a mesma visão que tu tens para a banda?
(Agnaldo) – Sim, a Serpent Rise desde o incio de suas atividades tem sofrido com constantes mudanças, de line up, e acho que tu conseguiu expor o principal fator para isso, ou seja, encontrar pessoas com a mesma visão, objetivos e obstinação. Eu não posso culpar todas as pessoas, que já estiveram na Serpent Rise,pela posição de esqueçimento que nos encontramos, porque fazer música pesada, no Brasil, sobreviver tocando doom metal é algo dificil, então as pessoas acabam sempre priorizando os empregos, ou estudos,familia e isso faz com que a banda sempre esteja em segundo plano. Eu tenho meu emprego normal, mas com certeza nestes quinze anos minha obstinação sempre foi a mesma e pretendo continuar procurando pessoas para me ajudarem a manter viva a Serpent Rise.

MH- Entretanto nos anos 90 lançam duas demos, ‘Anastenárides’ e ‘Travellin´Free’ até chegarem ao álbum, ‘Gathered By..Karma’ que sai em 1998 pela MegaHard Recs, como é que se deu essa oportunidade? E como viste o trabalho deles na promoção do álbum? Tiveste algum feedback da reacção dos Metalheads aos vossos lançamentos?
(Agnaldo) – É por este motivo que eu insisto em continuar as atividades , da Serpent Rise, porque mesmo prejudicada por constantes mudanças de line up a banda lançou demos, album e fez muitos shows pelo Brasil. Nós fomos “open act “ para os Anathema , aqui no Brasil, no ano de 1994 em um grande festival que reuniu uma audiencia de 13.000 pessoas naquela noite. Em 1996 gravamos o album “Gathered by... “ , mas somente após dois anos conseguimos uma editora, aqui no Brasil, para lança-lo, porém foi frustrante ver que nosso album não teve nenhuma promoção nos principais magazines ,de nosso país, e assim passou desapercebido pela cena metálica daquela época. MH- Lembro-me que quando ouvi o vosso álbum uma das influências que notei foi a de My Dying Bride. Incomoda-te o facto de as pessoas poderem comparar-vos com uma banda como eles ou achas que o facto deles serem talvez o maior nome dentro do Death/Doom, vês isso como um elogio?
(Agnaldo) – É impossivel deixar de comparar a sonoridade de qualquer banda doom metal, de nosso planeta, aos My Dying Bride, porque eles são os pioneiros desse estilo. Eu não me incomodo se algum apreciador do estilo achar semelhanças entre nossa música e a deles,mas com certeza o album ‘Gathered by...Kharma” é recheado de caracteristicas próprias, o único problema é que ele levou muito tempo para ser lançado e quando isso aconteçeu foi através de editoras que não tiveram visão e coragem para torna-lo um sucesso.

MH- Na Europa, supostamente, o álbum foi editado pela Sound Riot, pelo que me contaste houve alguns problemas com a vossa ligação a eles, queres aprofundar um pouco o que se passou?
(Agnaldo)- O que eu posso dizer é que uma moeda tem dois lados,no caso de Sound Riot (um dos lados da moeda) e Serpent Rise ( o outro lado da moeda) ambas estão erradas !!! Eles editaram nosso album,pois tinhamos um acordo, mas eles não tinham o direito de nos culpar por eles terem demorado a editar. Nós (Serpent Rise) sempre fomos profissionais e cumprimos com datas. Nós gravamos o album no ano de 1996, mas eles só editaram em 2000, não entendo porque eles espalharam, pelos zines europeus, uma nota dizendo que haviam chutado Serpent Rise, do selo, por não cumprirmos com prazos sendo que eles demoraram quatro anos para editar o CD e após editarem não nos enviaram nenhum royalty ! O que me importa, após estes anos, é que a banda continuou seguindo seu caminho, sem magoas, e prepara um novo album para breve.

MH- Após esse álbum vocês basicamente desapareceram do mapa, o que é que se passou com os Serpent Rise nessa altura?
(Agnaldo) – Nós fizemos muitos shows,para promover o album “Gathered by... “ , aqui em nossa região entre 1998 e 1999, mas no ano seguinte suspendemos as atividades devido a problemas no line up e só retornamos no ano de 2004.

MH- Regressaram este ano aos lançamentos com o Ep ‘Euphoric Waves Of Melancholy’ que saiu pela tua editora a Doom Worshippers Production, fala-nos um pouco sobre essa edição, quantos temas tem, onde foi gravado, com que line-up, etc...
(Agnaldo) – Esse Ep foi gravado no SWP estudio, que é de propriedade do nosso ex-guitarrista, ele traz dois temas (Euphoric Waves Of Melancholy & Marduk, The King Of Babylon ) com duração de 21 minutos. A line up deste lançamento contou com Agnaldo Gomes (vocal); José Neto (Bass);Gillian Balestrin(Drums);Mauricio Silveira(Guitar) e Sávio Werlang(keyboards & Vocal). Todos os leitores poderão ouvir os temas desse ep em nosso myspace ( www.myspace.com/serpentrisedoom).

MH- A nível lírico, que assuntos abordas nas letras de Serpent Rise, factos reais ou pessoais ou apenas contos que imaginas?
(Agnaldo) – A parte lírica, da Serpent Rise, é baseada nos meus sentimentos mais sombrios e negativos. É baseada, também, em minha aversão pela instituição chamada igreja católica. Busco inspiração tanto em fatos reais como em aspectos ficticios.


MH- Tu além dos Serpent Rise tens ainda mais dois projectos musicais, Arcanum XIII e Nuctemeron, podes-nos falar um pouco sobre cada um deles?
(Agnaldo) – A banda Nuctemeron foi minha primeira experiência,como vocalista,em uma banda. Eu era muito jovem e apenas queria chocar as pessoas normais . Já Arcanum XIII surgiu,quando as atividades da Serpent Rise foram suspensas , em um momento de transição espiritual pelo qual eu passei, e que ficou registrado nas quatro faixas do demo cd-“Evolution Requires Death”(2001). Oque posso dizer é que pretendo editar um album, da Arcanum XIII, no ano de 2009. O line up resume-se apenas à mim ( Fleiruty ) nos vocais , mas contarei com session members para as gravações, porém todas as músicas serão compostas por mim.

MH- Falaste-me em terem efectuado alguns shows na vossa zona este ultimo ano. Visto que o Brasil é um país enorme, é fácil terem shows fora da vossa zona ou fica muito dispendioso? E com quem já partilhaste palcos?
(Agnaldo) – O fato de termos empregos, ou estudarmos em faculdade, nos impede de fazermos uma longa tour pelo nosso país. Nos limitamos a apresentações em nosso estado (zona) e no ano passado fizemos muitos shows. Ao longo destes quinze anos já dividimos o palco com: Anathema(UK);Dorsal Atlantica;Amen Corner;Hangar e muitas outras.

MH- Como vai o underground aí pelo Brasil? Pelo menos a nível do Heavy/Thrash conheço algumas coisas que têm vindo do vosso país, bandas como Flagellador, Violator, Denim And Leather, etc, e no Doom existem bandas novas que recomendes?
(Agnaldo) – A cena underground brasileira é muito rica em bandas talentosas e não estou me referindo só ao doom metal. Não há como citar todas aqui,pois são muitas e não me sentiria bem ao esqueçer o nome de alguma.

MH- Hoje em dia é muito mais fácil fazer chegar o som de uma banda aos fãs com a chegada da Internet com os Myspaces, Blogs e afins, como vês tu todo este mundo que é a Internet? A partilha de ficheiros entre os fãs vês como um factor negativo ou pode ter o seu lado positivo?
(Agnaldo) – Para mim, que sou da geração tape trader , que escrevia cartas, a internet foi uma otima invenção. Eu vejo positivamente estes meios criados,para divulgar músicas,pois quem realmente apreciar o meu trabalho irá obter uma cópia original e assim ajudar minha banda.

MH- Como falei anteriormente, tens uma pequena label, a Doom Worshippers Productions, que planos tens para ela? Vai servir apenas para lançar trabalhos dos Serpent Rise ou pensas no futuro lançar outras bandas que te agradem?
(Agnaldo) - A Doom Worshippers Productions editará trabalhos das bandas ao qual eu estou envolvido,ou seja, Serpent Rise & Arcanum XIII. Ela será responsavel, também, pelo agendamento de shows para Serpent Rise e tratará do licenciamento do album “Gathered by...” para qualquer parte do mundo.

MH- Com toda esta evolução na comunicação entre as pessoas pensas ainda haver lugar para este tipo de publicações, as fanzines?
(Agnaldo) – Sim, eu acho que ainda há espaço para os fanzines impressos e ,particularmente,eu acho muito mais valioso este formato !!!

MH- Que planos tens para o futuro com os Serpent Rise? Terminar o segundo álbum e que mais?
(Agnaldo) – Desde que retornamos as atividades, em 2004, o objetivo principal para Serpent Rise é compor, gravar e editar um novo álbum. As constantes trocas de line up tem atrasado muito nossos planos, o ep-“Euphoric Waves Of Melancholy” tinha como objetivo mostrar a cena o que estava por vir , colocar outra vez nosso nome em evidencia na cena underground mundial,mas nosso line up sofreu mudanças após editarmos esse ep. Nosso objetivo principal ainda é poder presentear os fãs de doom metal com um poderoso album e faremos isso mesmo com uma line up incompleta.

MH- Bem Agnaldo, foi um prazer ter-te na Metal Horde, deixa os nossos leitores com as tuas final words por agora...
(Agnaldo) – Em primeiro lugar , eu quero agradeçer à você (Nuno Oliveira) pela oportunidade de expor um pouco da nossa trajetoria,e pensamentos , nas preciosas paginas do teu fanzine...obrigado! Eu quero , também, convidar aos leitores que visitem nosso myspace oficial e conheçam nossa música.

Saturday 21 November 2009

Xerión - Metal Horde Zine #4


Os Xerión são uma banda Espanhola, mais propriamente da Galiza, formada em 2001 por Nocturno (vocais/guitarra) para expressar todo o seu amor pela sua terra natal! Com o intuito de actuar ao vivo foram adicionados vários membros ao longo dos anos que permitiu a passagem da palavra de Xerión pelos mais variados cantos da Europa! Quanto a gravações até agora vai no seguinte:


'O Espirito da Fraga' Demo´01;
'O Trono de Breógan' Demo'02;
Split com Foscor'03; Split com Cryfemal'03;
'A Harpa do Guerreiro' Demo'04;
Split com Omendark e Nakiga'05; Split com Cryfemal'05; Split com Decayed'05;
Split com Kratornas, Black Empire e Nakkiga'07; Nocturnal Misantropia, debut album em 2007; Split com Maras'07;
'Palida Morte, Negra Sombra', lançado em formato Tape em 2009 que é constituíido por 5 novas faixas mais como bónus, as 4 faixas editadas no split com Decayed.


O que se segue foi uma das entrevistas que mais prazer me deu a fazer/ler, respondida por um verdadeiro amante da arte do METAL Nocturno, cerca de Agosto/Setembro'08! É colocada no seu formato original, já que foi respondida em Galego mas que como poderão ver não difere muito da nossa lingua Portuguesa! Leiam e apoiem!


MH- Hail Nocturno, como vão as coisas com os Xerión?
X- Saúdos dende a Galiza! Antes de nada, agradecer a oportunidade de falar un pouco de Xerión para a Metal Horde. É un grande honor. As cousas están a ser moi tranquilas nestos momentos logo dun comezo de ano moi atarefado por mor da edición do primeiro álbum da horda e logo do primeiro concerto fora da península ibérica (no festival Interregnum Festival na Alemaña).


MH- Formaram-se em 2001 já tinhas tido algumas experiências antes ou Xerión foi a tua primeira experiência? O que significa o nome Xerión? Para quem não vos conhece, descreve um pouco o que têm feito nestes sete anos....
X- Anteriormente fundei e formei parte durante catro anos da primeira banda de black metal (alomenos a primeira que gravou unha demotape) da Galiza, chamada Regnvm Irae, e diso hai xa uns 11 anos... mais os meus inicios na música remóntase moito atrás, tocando en grupos ou proxectos doutros estilos musicais. Todo elo confluiu a que, hai sete anos, decidise embarcarme nun proxecto en solitario que deu lugar ao Xerión... O nome da horda procede da antigua mitoloxía galega, e ven a ser como se coñecía ao Deus do Mortos na tradición dos nosos ancestros. Durante todo este tempo, levo editado tres demos en diferentes formatos, catro splits en cd e un álbum titulado ?Nocturnal Misantropía?, ademais de ter ofrecido varios concertos ao vivo principalmente no norte da península.


MH- As mudanças de formação afectaram-vos quase sempre na secção rítmica, qual o problema? Falta de tempo ou divergências musicais? Quem te acompanha hoje em dia em Xerión?
X- Hai que ter en conta, en primeiro lugar, que Xerión naceu sendo o meu proxecto, e así seguiu sendo ate o de agora, e seguirá ate a fin dos días... Xerión é Nocturno, e Nocturno é Xerión... Mais, ante a posibilidade de poder ofrecer presentacións ao vivo, a partir do ano 2003 decidín incorporar outros membros á horda coma colaboradores, e que, de paso, puideran enriquecer en todo o posible, e segundo as miñas directrices, o son de Xerión. Así, unha primeira encarnación foi a formada por Daga nos teclados, Lovo na guitarra, Notna no baixo e eu coas voces e guitarra, axudados cunha caixa de ritmos, e con ela demos os primeiros concertos e gravamos algún material moi importante e trascendental na historia da banda. Hai algo máis de dous anos, decidín voltar á esencia inicial, e durante un bo tempo, Xerión voltou a ser unha one-man-band. Foi o período de xestación do split con Black Empire, Kratornas e Nakkiga, e a do primeiro álbum. A partires de aí voltei a contar con Daga nos teclados, e axudado por Iron nas guitarras e Aboriorth na batería (quen xa entrara na horda coa formación anterior para dar un concerto), deron forma aos actuais Xerión.


MH- Vocês usam instrumentos mais tradicionais e ligados á musica celta como gaita-de-foles, como vos surgiu essa ideia? E quem é o Rei Celta No Exílio, se se pode saber, claro....
X- Dende o xurdimento de Xerión na miña cabeza tiña clara a unión de elementos do metal extremo coma o black de principios dos ?90 con toques thrash e ambient, e outros baseados no folk galego máis tradicional. Deste xeito, non é de estranar que nalgunhas cancións teña sentido o emprego de instrumentos tradicionais e populares coma poden ser a gaita, o bouzouki, whistles, percusións... e voces limpas. O Rei Celta no Exilio é o encargado, en momentos moi puntuais e especiais, tanto en gravacións coma en concertos, de interpretar as melodías de Xerión coa gaita, polo que forma parte da horda anque non esté sempre... mais sempre está aí, esperando, atento, a chamada...


MH- Além de um já longo currículo que inclui três demos e alguns splits, só em 2007 chegaram ao vosso primeiro longa duração, ‘Nocturnal Misantropia’, que foi lançado pela editora Tour De Garde. O álbum saiu só em tape ou também houve lançamento em Cd/Lp? E o porquê da edição por essa mesma editora? Como viste todo o trabalho efectuado por eles, ficaram satisfeitos?
X- No ano 2006 ‘Nocturnal Misantropía’ foi xestado e plasmado nos Estudos de Gravación Mafia Records, e editado primeiramente por Tour de Garde en tape limitada a 666 copias no 2007, e mais recentemente, en CD cun vídeo-clip de bonus do tema título pola discográfica alemana Schwarzdorn Productions. A edición por Tour de Garde xurdiu, en primeiro lugar, por ser a primeira e, no seu momento, a única en amosar interese en ser editado o susodito traballo en cinta (o primeiro formato que busquei para a edición do ‘Nocturnal Misantropía’), e en segundo lugar porque é unha discográfica á que respecto e admiro polo seu gran e bo traballo no underground extremo mundial. É un honor que Xerión vira o seu primeiro longa duración editado en cinta por eles. E do mesmo xeito podería falar de Schwarzdorn, primeiro selo en amosar interese en editar ‘Nocturnal Misantropía’ en CD, e cos que é moi sinxelo e cómodo traballar. Estareilles a ambos eternamente agradecidos.


MH- Vocês têm cerca de sete splits com bandas como Decayed, Cryfemal ou Nakkiga, o que achas desse tipo de lançamento? E colocas algum tipo de ‘regra’ ou aceitas todos os convites que recebes?
X- A única regra que teño para a edición dun split é a de existir algunha razón de tipo musical ou sentimental pola que mereza a pena para min dito compartido. En tódolos casos son un grande admirador da música e concepto de cada horda coas que Xerión ten feito splits, e na gran maioría, úneme ademais un grande respecto e amizade con algúns dos membros que as forman. Incluso no caso de Decayed, trátase dun sono feito realidade, xa que dende sempre admirei e seguín a esa gran banda do culto negro. Un grande saúdo a todos eles: Foscor, Cryfemal, Nakkiga, Omendark, Black Empire, Kratornas, Maras e os susoditos Decayed.


MH- No vosso último lançamento ‘Na Búsqueda Do Primixénio’ fazem uma cover de ‘There Where Will Have To Rise’ dos madrilenos Primigenium. O que vos levou a fazer essa cover e que significado tem para ti essa banda especifica?
X- Fixemos esa versión xa que, ademais de ser unha grande canción dentro dun gran álbum, trátase dunha das primeiras e máis importantes bandas da escena black metal do estado español, e creimos máis que conveniente o versionealos. E sempre, por suposto, cun grande respecto, admiración e humildade. Ademais, era ideal a súa inclusión na edición que conmemoraba os 6 anos de existencia de Xerión.


MH- Esse lançamento foi primeiro editado como um split com os macedónios Maras e depois reeditado como tape com bónus de duas faixas ao vivo pela H.W.P. como é que se deu essa oportunidade e o porquê de reeditarem esse lançamento? O split foi pouco divulgado e por isso acharam melhor voltar a editá-lo?
X- Coñezo ao Cultus Profanus da HWP dende que tiven a sorte de que Xerión compartise escenario coa súa anterior banda Inner Helvete no Extreme Metal Attack de hai xa uns anos, e dende sempre me gustou a súa forma de traballar co seu selo. E sei de boa fe que é un seguidor de Xerión dende que nos viu naquela ocasión. Así que era cuestión de tempo o que tarde ou cedo a HWP nos editara algún material. Cando se enterou de que estabamos a traballar no 6º aniversario da horda, amosouse rapidamente interesado, e o acordo chegou ao momento. Pola outra banda, Terror Blast de Macedonia, coa que tamén levo moito tempo de contacto, ofrecéranos a posibilidade de editar ese material nun split con Maras xa que tamén estaba moi interesado. E que mellor que conmemorar esos 6 anos de existencia con dous selos ug honestos e comprometidos e aos que ademais considero case coma irmáns de batalla...


MH- Sentes que Black/Folk Metal é uma boa definição para o vosso som ou não abrange tudo aquilo que vocês criam com a vossa música?
X- Bueno, é só unha definición que, para facilitar aos potenciais ointes, se ten empregado por parte dalgúns medios afíns a Xerión... Non está mal, pero síntome máis cómodo co de METAL GALAICO EXTREMO, máis acorde con todo o que este proxecto implica...


MH- As vossas letras têm a particularidade de serem em Galego, sempre foi uma ideia vossa a de escrever na vossa língua materna? E de que tratam as mesmas? Tradições locais, fábulas ou o quê? Qual o significado de ‘Na Búsqueda Do Primixénio’?
X- Dende o principio a lingua de Xerión foi o galego por dous motivos: en primeiro lugar trátase da miña lingua nai, e polo tanto éme máis sinxelo poder transmitir con todos os matices e peculiaridades o que en cada momento sinto no meu interior para ser plasmado no concepto lírico. E en segundo lugar para rendir un humilde e sinceiro tributo a unha lingua e unha cultura que, por mor da ignorancia e pobreza de espírito dalgúns que non merecen sequera ser nomeados, está en retroceso ante a modernidade globalizadora... Así, nos textos de Xerión podes atopar o grande e ancestral universo que rodea á Galiza (natureza, mitoloxía, historia, noite, maxia...) visto pola miña persoa en momentos de profunda reflexión e catarse mística, e sempre baixo os agoiros da Negra Sombra... ‘Na búsqueda do Primixenio’ é o voltar ao máis profundo do meu ser, ao meu Eu máis esencial e primitivo, dun xeito sinxelo e descarnado... unha volta ás raíces da miña existencia...


MH- Concertos ao vivo, são frequentes ou nem por isso? Penso que a vossa estreia em Portugal foi no concerto em Junho, de onde retiraram as duas faixas para a tape, como é que viste esse dia e como foi tocar para os Metalheads portugueses? Pensam voltar cá num futuro próximo?
X- Debido ás particularidades da banda, non nos é posible o ofrecer moitos concertos ao ano, anque tampouco é que haxa un grande interese polos que forman a chamada escea en ver a Xerión ao vivo, polo que a balanza entre unhas e outras posibilidades está en equilibrio. E non, o primeiro concerto que deu Xerión en Portugal foi en Covilhà no IV Extreme Metal Attack cos mencionados Inner Helvete, Witchburner, Infernüs..., e o segundo o que ti mencionas o pasado xuño de 2007 no Birras Bar tamén de Covilhà con Inferivm e Nihilvm. E por suposto que teño que dicir que son dúas das mellores experiencias de Xerión en directo, xa que tanto os organizadores coma o público nos tratou cun grande respecto e profesionalidade, e en todo momento amosaron o seu incondicional apoio a Xerión antes, durante e despois dos concertos. Encantaríame poder tocar de novo nesas terras...

MH- A cena na Galiza penso que é bastante forte, pelo menos a nível de bandas, lembro-me de Balmog, Dantalion, Dark Embrace ou a vossa entre outras, e no resto: concertos, zines, rádio-shows como está a cena por aí?
X- Non creo que se poida falar dunha gran escena na Galiza con todas as acepcións que dita palabra implica, alo menos no meu humilde parecer. E no caso de que a houbera para algunha xente, máis que probablemente nin Xerión nin eu mesmo nos sentiriamos parte dela. Anque ben é certo que hai algunhas persoas que a través da súas bandas, zines e selos están a facer un honesto e serio traballo, e que merecen todo o meu respecto e apoio.


MH- Sendo que o vosso som mostra o vosso amor pela vossa região, como é a relação com o resto de Espanha? Existem maiores laços com as outras regiões que mantém os seus costumes e que desejam o auto domínio, tipo País Basco ou a Catalunha?
X- Non creo que teñamos mellor ou peor relación con outras zonas da España só polo feito de seren zonas que desexen ou non o autodominio para co estado español, xa que só me centro na miña relación en particular con persoas da escena ás que admiro e respecto, e das que sei tamén que o sentimento é recíproco, sexan de Madrid, Barcelona, Amurrio, Extremadura ou Alacante...


MH- És também o dono da Nigra Mors Recs, que lançou as primeiras demos de Xerión entre outras coisas. Qual foi o teu objectivo aquando da criação da mesma? O colmatar da falha de não haver nenhuma editora na Galiza de som mais pesado? Começou por ser uma editora mais ligada à banda e que depois evoluiu para outros lançamentos ou sempre tiveste em ideia lançar outras bandas no teu selo?
X- Nigra Mors foi creado pola miña compañeira Daga e máis eu coa intención de apoiar dun xeito desinteresado e honesto, con todo o traballo que lle poidamos adicar, a aquelas bandas e proxectos que baixo o noso parecer o merecen, sexan do estilo que sexan, e veñan de onde veñan. Todo elo mediante edicións limitadas en cinta e cdr (ate o de agora só un CD viu a luz baixo os nosos auspicios) que tentándoas mover do mellor xeito posible a través do intercambio e dun pequeno catálogo de distribución (http://nigramors.blogaliza.org/). Loxicamente, unha vez asentada a ideia principal do selo, aproveiteino para editar traballos de Xerión, xa que creo que é a mellor forma de iniciar o tortuoso camiñar dunha banda, dende abaixo e pouco a pouco, e por suposto, mediante a autoedición.


MH- Que últimos lançamentos editaste com a Nigra Mors? E haverá novidades para um futuro próximo?
X- As últimas edicións do selo veñen de ser o primeiro álbum en cinta limitada a 166 copias dunha xenial banda de black metal galega chamada Aboriorth; un split cdr entre Riddle Of Meander de Grecia e Skaur de Noruega; unha demo en cinta da brutal banda salvadoreña Grave Throne; o segundo traballo dos madrileños Dhaubgurz en cdr e tape, e por suposto, a brillante alianza entre Black Empire de México, Kratornas de Filipinas, Nakkiga de Euskadi e Xerión no 4-way-split tape ’Four Concentric Ways of the Ancient Kult’. Hai algunha edición máis en camiño... pero aínda é cedo para desvelar máis datos... o Destiño agarda, impasible...


MH- Sendo que não me pareceu ler nas vossa letras quaisquer ideias políticas, qual a tua opinião sobre bandas que usam a música para passarem esse tipo de ideias? Concordas ou achas que a música deverá manter-se fora desse campo?
X- Respecto profundamente todo o que cada quen decida falar e tratar nas súas líricas e concepto de cada banda... Pero nunca me gustaron, e polo tanto en Xerión nunca, como ben dis, as atoparás, as referencias políticas, de ningún signo e clase, no arte, e, polo tanto, en algo tan sublime e infinito, que tanto significa para min, como é a MÚSICA.


MH- Em Portugal fala-se muito na perda das tradições e de alguns costumes por parte das novas gerações, havendo cada vez mais um american life style. E na Galiza? Vês a juventude a tentar manter o que foi construído pelos seus antepassados e a respeitá-los ou também existe uma cada vez maior perda de identidade cultural?
X- Coma dixen anteriormente, as tradicións e cultura galegas, ademais da lingua e da identidade de pobo, estanse a perder dun xeito probablemente irremediable... pero todo isto é consecuencia da actual globalización que a todos, tarde ou cedo, chega, e no caso da Galiza ademais, por mor de todas as políticas centralistas que dende hai séculos (só hai que repasar a nosa historia) nos veñen asolando. Hai algúns intentos de recuperación, ou mantemento, xeneralmente vencellados a un ou outro movemento político (e aí é onde vexo eu o erro, xa que o ser galego, así coma as tradicións, cultura, lingua... está por encima de todo iso) ou, o que é peor, a algunha tentativa económica que ve no ‘tipicamente galego’ un xeito de enriquecerse (sexa gastronómico, musical ou o que sexa...) anque non se sinta en absoluto o que se está a facer. Quero pensar que algúns de esos intentos se alonxen do que veño de dicir, e que nas novas xeracións xurdan outros con sinceiras e renovadas intencións de recuperar e manter o que temos, dun xeito respectuoso co alleo, pero ao mesmo tempo orgulloso e decidido, xa que non somos nin máis nin menos que os demais.


MH- Ainda costumas ler fanzines? E qual a tua opinião acerca desse tipo de publicações??
X- Creo que os fanzines son unha parte fundamental do underground, xa que sen eles non teriamos o acceso a outras bandas, publicacións... e contactos en xeral dun xeito tan sinxelo. Polo tanto, creo que é obvio que intento conseguir todos os fanzines que podo para a súa lectura e disfrute, así como para, a través deles, estar informado do que se coce no underground.


MH- Esta é uma questão que eu coloco a todas as bandas que entrevisto, qual a tua opinião em relação aos downloads ilegais. Pensas que poderá haver uma visão positiva sobre este factor que muito pesa na indústria musical?
X- No mundo do metal extremo, que penso debería manter a etiqueta de underground, non debería de afectar ese tema das descargas ilegais, xa que se alguén se considera verdadeiro seguidor deste movemento, debería acceder ás publicacións e edicións orixinais de cada banda contactando con ela ou co selo que as edite, pois é a verdadeira forma de apoialas e animalas a seguir no difícil sendeiro que iniciaron. E logo está, por suposto, o da calidade de son do material que se descarga (mp3 e demais extensións musicais que comprimen o son real), que está moi, pero que moi por debaixo do mínimo de calidade que os oídos dun verdadeiro afeccionado á música deberían de esixir.


MH- Que futuro nos reserva os Xerión?
X- De momento estamos a preparar os concertos que este outono faremos pola Galiza e o norte da España. Tamén estou a traballar en novos temas para algunha futura gravación... pero coma sempre, o Futuro é incerto...


MH- Bem Nocturno, muito obrigado pelo tempo despendido, foi um prazer ter-te na Metal Horde, hora para as blasfémias finais a deixar aos leitores...
X- Eternas grazas a ti por esta grande entrevista e todo o teu interese e apoio na horda. Lamento o retraso en contestala, mais as últimas datas veñen de ser moi complicadas para a miña persona...

Coldfear - Metal Horde Zine #4

Os Coldfear são uma jovem banda de Barcelos formada em 2005, na altura com o nome Nightstorm, mudando um ano depois para o actual, Coldfear! Sofrendo como muitas outras bandas do problema de mudanças de line-up, a banda estabilizou em 2007 sendo actualmente formada por José Martins na voz, Hugo Serra e Pedro Guerreiro nas seis cordas, Francisco Carvalho no baixo e Bruno Araújo na bateria! Foi já com este line-up que gravaram em 2007 a demo de estreia, 'What Lies Beneath', que recebeu bastantes criticas positivas e que lhes abriu portas a algumas actuações ao vivo! Este ano, 2009, voltaram a entrar em estúdio, desta vez nos UltraSound Studios e com ajuda do Daniel Cardoso gravaram a novidade, 'Decadence in the Heart of Man' já a ser promovido na estrada e num lugar perto de ti!





O que se segue é a entrevista com a banda cerca de Setembro de 2008 que apareceu na Metal Horde Zine #4.



MH- Hail, primeiro como andam as coisas com os Coldfear?
CF- As coisas com Coldfear vão óptimas, (risos) tivemos agora uma data de concertos seguidos, em que podemos dizer que correram todos bem e nos divertimos bastante. (risos) Agora vamos fazer uma pequena pausa nos concertos, para compormos para o nosso primeiro EP que fazemos intenção de gravar no início do próximo ano, mais precisamente em Abril. (risos)

MH- Começaram como Nightstorm, mudando depois para Coldfear em 2006, a que se deveu isso? Teve a ver com as mudanças de formação que foram tendo? Apresenta-nos o resto da banda e conta-nos um pouco da vossa história.
CF- Assim muito sincera e directamente… não gostávamos do nome. (risos) E também achamos por bem dar um novo nome ao colectivo, que até ali já tinha sofrido muitas alterações. Neste momento a banda é composta pelo Bug e o Mad Dog, que são os membros fundadores que por cá se mantiveram, depois temos o Chiko, o Melo e finalmente, o Zé Manel.

MH- A vossa demo ‘What Lies Beneath’ saiu em 2007, como foi a aceitação por parte do pessoal? E ficaram satisfeitos com a forma como ficou?
CF- Opah… sinceramente nem sabemos o que te dizer, mas acho que foi boa, apesar de a demo não primar muito em qualidade sonora, visto que foi gravada no nosso local de ensaio, (risos) mas tivemos boas críticas, embora achemos que o pessoal estava a ser simpático demais. (risos)

MH- Como definem o vosso som a quem não vos conhece? Como é que reagem perante os rótulos que normalmente são colocados à banda?
CF- Até ao momento temos nos definido como uma banda thrash/death, com bastantes influências e muito diversificadas também, mas há quem possa achar que não soamos a nada disso. (risos)

MH- Como é a relação musical entre os membros da banda? Existem bandas de referência que todos gostam ou há muita diversidade entre os gostos de cada um?
CF- É óptima. (risos)Temos muitos gostos em comum, o que é bastante bom, mas também temos gostos e ideias diferentes o que acaba por ser melhor ainda.

MH- Liricamente falando, que temas abordam nas vossas letras? Situações do dia-a-dia, críticas sociais ou situações fictícias? Vêm-se um dia destes a terem uma música sobre dragões ou duendes ou isso é um tipo de letra que nunca há de se enquadrar com a vossa filosofia musical?
CF- Não fazemos um abordagem complicado e muito menos inovadora, apenas falamos daquilo que achamos que devemos falar, mas basicamente falam sobre situações do dia-a-dia e críticas sociais. Agora letras sobre dragões, duendes ou fadinhas, isso são coisas sobre as quais nunca iremos escrever, até porque não se encaixa no nosso estilo musical, nem na nossa maneira de ver o mundo… Deixamos isso para os mais rebeldes e ousados escreverem. (risos)


MH- Sendo que vocês são de Barcelos, como é a cena local, existe cooperação entre as bandas locais ou nem por isso? E como são os apoios, a nível de autarquias por aí, existe a vontade de apoiar quem faz música por aí ou são deixados por vossa conta?
CF- A cena local é repleta de bandas, não só de metal, como de rock, pop, etc. Somos todos conhecidos e alguns amigos uns dos outros. Simplesmente gostamos do que se faz por cá e sempre que podemos estamos lá para dar apoio, mas como é óbvio, apesar de sermos amigos e conhecidos, existe sempre aquela rivalidade normal entre as bandas, mas é bastante saudável. (risos)

MH-Que opinião reservam para a cena nacional, está de boa saúde ou como há quem propague não existe tal cena? Que últimos trabalhos vos têm chamado a atenção?
CF- A nossa opinião vai mudando ao longo dos anos, à medida que eles vão passando e se vai notando algumas melhorias razoáveis e outras não tão boas, mas o resultado final é sempre positivo. Há uns anos atrás eram raros os sítios onde se podia tocar, eram raras as editoras/distribuidoras, eram raros os meios de divulgação e por aí fora. Agora está tudo mais fácil e acessível, mas esperamos que as coisas ainda mudem muito e para melhor claro.

MH- Eventos no nosso país é algo que já não é só miragem, temos o SWR já na sua 11ª edição, o Caos e o GDL também continuam a crescer, concertos a nível mais underground há todos os fins-de-semana, cartazes internacionais também não faltam todos meses, no entanto muitos acabam por não ter a aderência esperada, será culpa só da situação financeira do país?
CF-Lá isso é verdade, temos grandes festivais que a cada ano crescem mais e mais. Este ano tivemos no GDL, não a tocar mas a assistir e quando lá chegamos deparamo-nos com um recinto digno de um Wacken, condições excelentes, 2 palcos a funcionarem a 100%, um som fantástico, ficamos de boca aberta, mas em contrapartida esteve pouca gente para um evento daqueles e com a qualidade das bandas que por lá passaram, até fiquei um pouco triste, acho que o povo português queixa-se demais e depois nada fazem. O que é pena, mas neste momento é a realidade.

MH- Hoje em dia ninguém pode negar a importância da internet no meio musical, myspace, downloads ilegais, fóruns de discussão… Que opinião reservam para cada um destes factores?
CF- Venham mais para a gente abusar deles. (risos)

MH- Com o aparecimento das webzines e blogs dedicados ao Metal, acham que já não existe espaço para as fanzines em papel ou este tipo de meio de comunicação é algo que nunca deveria desaparecer?
CF-Há sempre espaço para tudo e sinceramente, quantas mais melhor. É à custa dessas e de outras que as bandas “vivem” neste momento.

MH- Que actividades futuras poderemos esperar dos Coldfear? Muitos concertos, gravações?
CF-Podem esperar um 2009 em grande, que pelo menos é o que pretendemos fazer dele. Estivemos este fim-de-semana a marcar estúdio para gravarmos o nosso primeiro EP, que ainda não tem nome, mas que começará a ser gravado em inícios de Junho, nos UltraSoundStudios em Braga, com a produção do Daniel Cardoso. Local já bastante conhecido pelo underground português e não só. Achamos que era o sítio ideal para gravarmos, não só pela qualidade dos trabalhos que têm saído de lá, como de logística e de situação geográfica. Depois disso vamos tentar arranjar editora/distribuidora e agendar uma data de concertos para promovermos o EP. Entretanto, vamos começar a compor mais uns temas, para na altura de gravar termos mais margem de manobra e fazer uma pré-produção antes de entrarmos em estúdio.

MH- Bem, obrigado pela vossa presença na Metal Horde, espero que não tenha sido uma grande seca responder às questões e podes deixar os leitores com as vossas “final words” por agora.
CF- Obrigado nós pela entrevista e interesse pelos Coldfear. Não é todos os dias que temos a possibilidade de nos darmos a conhecer um pouco. Esperamos que a Metal Horde seja um sucesso e que tenhas também muito sucesso nos teus projectos e não só. E para finalizar. Fiquem atentos às novidades, porque os Coldfear ainda vão muito que falar… ou não. (risos)

Thursday 12 November 2009

Artworx - Metal Horde Zine #4

Os Artworx são uma banda da Margem Sul formados em 2003 por três ex-Drakkar: Carlos Santos (baixo), Hugo Lopes (guitarra) e Carlos Rodrigues (bateria) como uma forma de exprimirem a sua creatividade musical! Um ano depois encontraram o homem para as teclas, Rui Gonçalves, e o vocalista, Eduardo Inácio para assim darem azo às suas ideias! Após uns quantos shows, entre eles a final do concurso 'Loud Metal Battle', a banda e o Eduardo seguiram caminhos diferentes, entrando depois para a banda como vocalista o Hugo Soares (ex: Ethereal)! Com mais uns quantos concertos dados a banda tem estabelecido o seu som e imagem onde se nota muito Heavy Metal com uma veia bastante progressiva, não sendo de estranhar a comparação a bandas como Dream Theater, Nevermore ou Opeth feitos por amigos e imprensa!

O que se segue é a conversa que tive com o Carlos Santos em Agosto/Setembro de 2008 e que chegaria às páginas da Metal Horde Zine #4!



MH- Hail , como vão as coisas com os Artworx?
CS- Boas Nuno, antes de mais, é um prazer para nós participar em mais uma edição da Metal Horde Zine , de salutar sempre o empenho e dedicação de pessoas como vocês que apostam, voluntariamente, na divulgação e apoio à música nacional, todas as palavras são poucas para descrever tão grandiosa atitude... Obrigado... Quanto aos Artworx, actualmente ainda estamos longe do patamar que ambicionamos, mas continuamos a unir esforços para alcançar todos os objectivos a que nos proposemos. Passo a passo o nome da banda vai-se alargando por terras lusas, o myspace tem sido determinante para dar a conhecer o nosso trabalho, assim como outros locais da net, nomeadamente blogs e fóruns de música. Não vamos negar que os concertos são a peça chave para promover a nossa musicalidade, é aí que queremos estar e é em cima do palco que a banda Artworx, com muito empenho, humildade e perseverança, tem mostrado todo o seu potencial!

MH- Conta-nos um pouco do vosso passado, que têm feito até aos dias de hoje e aproveita e apresenta-nos o resto da banda...
CS- Como eu costumo dizer, a banda Artworx “surgiu há 19 anos atrás”, quando duas crianças, Hugo Lopes e Carlos Santos, decidiram formar uma banda, com o sonho de um dia pisar grande palcos e tocar para um mar de gente como faziam os seus ídolos da altura, nomeadamente bandas como Metallica, Sepultura, Iron Maiden, Napalm Death, etc.... Um deles comprou uma guitarra e o outro um baixo e, com o andar do tempo e alguma aprendizagem, passámos por bandas como Drakkar; foi nessa passagem de cerca de 5 anos que conhecemos o nosso baterista e grande amigo Carlos Rodrigues, músico que já nos acompanha há mais de 10 anos... Depois da nossa separação da banda Drakkar, houve um período em que a música não fazia parte das nossas vidas, até que um dia numa conversa de jantar, decidimos voltar às lides musicais e formar um projecto. Depois de algum tempo de ensaios e assimilação de ideias, juntou-se a nós aquele que seria o primeiro vocalista de Artworx, o Eduardo Inácio (ex-Apathy). No entanto, faltava-nos ainda um elemento para os teclados, a exigência era grande e tinha de ser alguém com real capacidade para integrar o projecto; nessa fase experimentamos algumas pessoas sem compromisso, até que apareceu o Sr. Rui Gonçalves, cuja experiência com bandas era nula, mas a sua experiência de conservatório, creatividade, qualidade de execução, personalidade e humildade impressionaram-nos logo no primeiro ensaio. Estava assim encontrado o 5º elemento. O nosso primeiro concerto foi no concurso Loud Metal Battle, no qual participavam cerca de 30 bandas. Foi nesta fase que o nome Artworx começou a sair da garagem, passando as várias eliminatórias e obtendo um sexto lugar na final. Depois de mais alguns concertos, o vocalista Eduardo Inácio saiu da banda. Em sua substituição, entrou o Hugo Soares, que na altura era também a voz de Ethereal (RIP 2008), dotado de um misto de qualidades que tanto nos agradaram, não só como músico, mas também como pessoa. Com a sua entrada nos quadros da banda fecha-se um ciclo e nasce outro: o do presente e do futuro de Artworx...

MH- E já agora, porquê Artworx e que significado tem para vocês, apenas um nome ou algo mais?
CS- O nome Artworx apareceu por sugestão do nosso primeiro vocalista , soou-nos bem e assim ficou. Como alguém escreveu na biografia da banda : “Um artista é um intérprete de inspirações que, neste caso, transformam a concepção de música e escrita numa estrutura distinta chamada ARTWORX”. Concordo em pleno com todas as palavras, mas gosto de acrescentar que é a nossa união, respeito e amizade que dão o significado a Artworx !!

MH- Vocês apesar de serem uma banda recente contam com elementos com um background já algo recheado com passagens por bandas como Drakkar ou Ethereal. Pensas que devido ao facto de três dos elementos virem dos Drakkar pode facilitar a vossa identificação com o público nacional ou pode funcionar ao contrário, com as pessoas à espera de ver um seguimento ao som dos Drakkar?
CS- Os elementos que vieram dos Drakkar deixaram a banda há cerca de 7 anos e desde essa altura, é claro, evoluímos de forma diversa. Sinceramente acredito que os seguidores de Drakkar os vêem com a formação actual e não com a que tinha há quase uma década. Acredito mais que tal aconteça com o Hugo Soares, a voz é seguramente a mesma e os Ethereal foram uma banda muito marcante no panorama musical do metal; é natural que os fãs continuem a querer acompanhar o trabalho dele. Mas penso que não há propriamente uma identificação entre os 3 projectos. Drakkar, Ethereal e Artworx são peças completamente distintas, com conceitos e musicalidades diferentes.

MH- Como definirias o vosso som? Existe um determinado som que procuraram fazer ou não tinham qualquer tipo de predefinição quando iniciaram a banda?
CS- De início, não tínhamos nenhuma sonoridade propriamente estudada, embora as nossas influências viessem praticamente todas do metal . Simplesmente começámos a tocar aquilo que nos ía na alma e o som foi saindo, fluído. Dada a nossa criatividade , versatilidade e estrutura de composição, os temas acabam por ter muita dinâmica, com atmosferas diferentes, algumas partes mais complexas e alterações de tempo , todas estas caractristicas resultaram numa banda de metal progressivo . Actualmente, e desde a entrada do Hugo Soares, o som evolui cada vez mais para uma vertente mais pesada, que muito nos agrada , mas sempre dentro de um género progressivo, em que não esquecemos o lado melódico que, ao fim de contas, é um dos pilares do nosso projecto.

MH- Quem vos viu ou ouviu faz comparações a bandas como Nevermore, Maiden ou Dream Theater, eu pelo menos na faixa que ouvi vossa, foi mais Nevermore que me recordou. Como se sentem com essas comparações a pesos pesados do Metal?
CS- Quando a banda apareceu pela primeira vez ao vivo surgiram muitas comparações com Dream Theater, dos tempos do Awake. Ultimamente, e com a chegada do Hugo Soares, é frequente ouvir a comparação com Nevermore. A verdade é que, hoje em dia, é difícil os projectos não serem alvo de comparação, dada a quantidade de música com que somos bombardeados todos os dias. Obviamente que sermos comparados a bandas desse calibre é um elogio muito gratificante.

MH- A nível lírico, que aspectos focam nas vossas letras, o dia a dia ou situações fictícias?
CS- Quem escreve as letras é o nosso vocalista e tudo depende do que a musica lhe transmita , na sua generalidade foca ambos os aspectos , tanto utiliza experiências e situações do quotidiano , como veste as letras de uma forma mais fictícia .

MH- Vocês já se estrearam ao vivo, tendo tocado em Corroios no March Of Metal, como viste todo esse acontecimento e como sentiste a vossa actuação e a reacção do público?
CS- Apesar desse concerto não ter sido a nossa estreia , foi uma noite para recordar , grande convivio e uma organização espectacular , havia muita gente que não nos conhecia e apesar do evento ser mais dedicado ao heavy metal tradicional, o resultado final foi bastante positivo, mesmo aqueles que não gostaram da nossa vertente mais tecnicista, respeitaram o nosso trabalho e parabenizaram-nos pela actuação .

MH- Hoje em dia nota-se um ressurgimento do vynil já com algumas editoras a apostarem de novo nesse formato, ainda compras vynil ou és um amante das novas tecnologias?
CS- Sinceramente, há anos que não compro um vynil, mas ainda guardo no sotão algumas relíquias. Contudo, não deixei de adquirir vynil por ser amante das novas tecnologias, que confesso apreciar, mas porque não se proporcionou. No fundo, aprecio as duas.

MH- És um espectador atento ao que se vai passando na cena nacional? Que novos lançamentos te chamaram a atenção nestes últimos tempos?
CS- Pessoalmente não estou muito a par do que se passa no panorama nacional, no entanto, os álbuns de Concealment, “Leak”, de Wako, “Deconstrutive Essence”, e de Oblique Rain, “Isohyet”, agradaram-me bastante, não só pelas suas sonoridades como pela qualidade de produção.

MH- Falando de cena, há quem propague que tal não existe, és dessa opinião ou achas que de ano para ano se tem fortalecido?
CS-Eu acredito que, cada vez mais, as pessoas não se agarram a rótulos e penso que, cada vez menos, se utilize o metal como filosofia de vida. Pela minha experiência, parece-me que as pessoas são cada vez mais open minded e, hoje em dia, não me parece que ouvir metal seja sinónimo de ser ‘metaleiro’.

MH- Existem muito mais eventos mas estranhamente muitos acabam por ter pouca adesão, é só culpa da situação económica do nosso país ou existe algo mais, como cada vez mais termos metaleiros de sofá que passam mais tempo a ligar às novelas da net que a assistir a concertos?
CS- Nos tempos de hoje , e felizmente, há muito por onde escolher e isso, na minha opinião, condiciona a quantidade de público presente em cada um dos eventos; as pessoas acabam por diluir-se mais. Mas também é uma verdade que a questão financeira é um factor a ter em conta. Nem todos podem dispender dinheiro para assistir a 3 grandes eventos no mesmo mês, por exemplo.

MH- Falando de internet, que opinião reservas para os downloads ilegais? Serão a besta negra da indústria musical ou poderão ser vistos como um bom factor para as bandas?
CS- Acho que este assunto não é tão linear ao ponto de poder dar uma resposta concreta. Depende dos casos , penso eu...

MH- Que sons têm passado no teu stereo nestes últimos tempos?
CS- Devido à minha falta de tempo, actualmente, não costumo ouvir muita música, contudo, no carro tenho ouvido Ark e Nevermore. Este último, confesso, que não conhecia, mas comecei a ouvir mais pela curiosidade de sermos tão comparados a eles . De facto, a sonoridade de Nevermore tem sido uma bela surpresa .

MH- Estão a pensar num futuro próximo gravar algo para apresentarem o vosso som ao público? Que formato estão a pensar utilizar?
CS- De momento, estamos a alinhavar alguns pormenores necessários para a consumação do nosso primeiro longa duração . Em príncipio, no início do próximo ano, já estaremos em estúdio.

MH- Bem deixa-nos com as tuas final words por aqui, foi um prazer contar com vocês para mais um número da Metal Horde....
CS- Obrigado a todos os que acreditam nesta banda, espero que um dia os Artworx, possam retribuir todo esse apoio incondicional !
Nuno , um grande abraço para ti , espero que continues com toda essa força, de forma a que consigas alcançar todos os objectivos com a Metal Horde Zine . Bem hajam !



E pronto fica aqui a primeira das entrevistas que depois passou para Inglês! Ao Carlos e aos Artworx o meu Obrigado por terem respondido!



Wednesday 11 November 2009

O início....

Olá a todos,

ora vamos lá começar pelo principio!

A Metal Horde Zine é uma publicação em papel dedicada ao Underground do Heavy Metal que nasceu em Outubro de 2007, na altura em Português e apenas dedicada à cena Nacional! Foram editados três números nessa configuração até Março de 2008, altura em que achei que a Fanzine devia abranger algo mais que as nossas fronteiras e como tal o passo seguinte foi passar a Fanzine a ser escrita em Inglês!

Ora além de bandas estrangeiras sempre foi o ideal desta Fanzine apoiar o Metal Nacional, logo mantive entrevistas com bandas Portuguesas, só que as mesmas são traduzidas para a língua Inglesa aquando da edição em papel! Uma ideia que sempre mantive foi a de um dia fazer chegar aos leitores as entrevistas originais, até porque algumas delas são muito sui generis e que passadas a Inglês perderam algum do seu fulgor!

Assim, com a ajuda da outra metade da equipa da Metal Horde Zine, a Inês ~ Misha, faço chegar a vós essas entrevistas na sua língua original para vosso deleite!


Os editores,
Nuno Oliveira e Inês Perpétuo