Saturday, 21 November 2009

Coldfear - Metal Horde Zine #4

Os Coldfear são uma jovem banda de Barcelos formada em 2005, na altura com o nome Nightstorm, mudando um ano depois para o actual, Coldfear! Sofrendo como muitas outras bandas do problema de mudanças de line-up, a banda estabilizou em 2007 sendo actualmente formada por José Martins na voz, Hugo Serra e Pedro Guerreiro nas seis cordas, Francisco Carvalho no baixo e Bruno Araújo na bateria! Foi já com este line-up que gravaram em 2007 a demo de estreia, 'What Lies Beneath', que recebeu bastantes criticas positivas e que lhes abriu portas a algumas actuações ao vivo! Este ano, 2009, voltaram a entrar em estúdio, desta vez nos UltraSound Studios e com ajuda do Daniel Cardoso gravaram a novidade, 'Decadence in the Heart of Man' já a ser promovido na estrada e num lugar perto de ti!





O que se segue é a entrevista com a banda cerca de Setembro de 2008 que apareceu na Metal Horde Zine #4.



MH- Hail, primeiro como andam as coisas com os Coldfear?
CF- As coisas com Coldfear vão óptimas, (risos) tivemos agora uma data de concertos seguidos, em que podemos dizer que correram todos bem e nos divertimos bastante. (risos) Agora vamos fazer uma pequena pausa nos concertos, para compormos para o nosso primeiro EP que fazemos intenção de gravar no início do próximo ano, mais precisamente em Abril. (risos)

MH- Começaram como Nightstorm, mudando depois para Coldfear em 2006, a que se deveu isso? Teve a ver com as mudanças de formação que foram tendo? Apresenta-nos o resto da banda e conta-nos um pouco da vossa história.
CF- Assim muito sincera e directamente… não gostávamos do nome. (risos) E também achamos por bem dar um novo nome ao colectivo, que até ali já tinha sofrido muitas alterações. Neste momento a banda é composta pelo Bug e o Mad Dog, que são os membros fundadores que por cá se mantiveram, depois temos o Chiko, o Melo e finalmente, o Zé Manel.

MH- A vossa demo ‘What Lies Beneath’ saiu em 2007, como foi a aceitação por parte do pessoal? E ficaram satisfeitos com a forma como ficou?
CF- Opah… sinceramente nem sabemos o que te dizer, mas acho que foi boa, apesar de a demo não primar muito em qualidade sonora, visto que foi gravada no nosso local de ensaio, (risos) mas tivemos boas críticas, embora achemos que o pessoal estava a ser simpático demais. (risos)

MH- Como definem o vosso som a quem não vos conhece? Como é que reagem perante os rótulos que normalmente são colocados à banda?
CF- Até ao momento temos nos definido como uma banda thrash/death, com bastantes influências e muito diversificadas também, mas há quem possa achar que não soamos a nada disso. (risos)

MH- Como é a relação musical entre os membros da banda? Existem bandas de referência que todos gostam ou há muita diversidade entre os gostos de cada um?
CF- É óptima. (risos)Temos muitos gostos em comum, o que é bastante bom, mas também temos gostos e ideias diferentes o que acaba por ser melhor ainda.

MH- Liricamente falando, que temas abordam nas vossas letras? Situações do dia-a-dia, críticas sociais ou situações fictícias? Vêm-se um dia destes a terem uma música sobre dragões ou duendes ou isso é um tipo de letra que nunca há de se enquadrar com a vossa filosofia musical?
CF- Não fazemos um abordagem complicado e muito menos inovadora, apenas falamos daquilo que achamos que devemos falar, mas basicamente falam sobre situações do dia-a-dia e críticas sociais. Agora letras sobre dragões, duendes ou fadinhas, isso são coisas sobre as quais nunca iremos escrever, até porque não se encaixa no nosso estilo musical, nem na nossa maneira de ver o mundo… Deixamos isso para os mais rebeldes e ousados escreverem. (risos)


MH- Sendo que vocês são de Barcelos, como é a cena local, existe cooperação entre as bandas locais ou nem por isso? E como são os apoios, a nível de autarquias por aí, existe a vontade de apoiar quem faz música por aí ou são deixados por vossa conta?
CF- A cena local é repleta de bandas, não só de metal, como de rock, pop, etc. Somos todos conhecidos e alguns amigos uns dos outros. Simplesmente gostamos do que se faz por cá e sempre que podemos estamos lá para dar apoio, mas como é óbvio, apesar de sermos amigos e conhecidos, existe sempre aquela rivalidade normal entre as bandas, mas é bastante saudável. (risos)

MH-Que opinião reservam para a cena nacional, está de boa saúde ou como há quem propague não existe tal cena? Que últimos trabalhos vos têm chamado a atenção?
CF- A nossa opinião vai mudando ao longo dos anos, à medida que eles vão passando e se vai notando algumas melhorias razoáveis e outras não tão boas, mas o resultado final é sempre positivo. Há uns anos atrás eram raros os sítios onde se podia tocar, eram raras as editoras/distribuidoras, eram raros os meios de divulgação e por aí fora. Agora está tudo mais fácil e acessível, mas esperamos que as coisas ainda mudem muito e para melhor claro.

MH- Eventos no nosso país é algo que já não é só miragem, temos o SWR já na sua 11ª edição, o Caos e o GDL também continuam a crescer, concertos a nível mais underground há todos os fins-de-semana, cartazes internacionais também não faltam todos meses, no entanto muitos acabam por não ter a aderência esperada, será culpa só da situação financeira do país?
CF-Lá isso é verdade, temos grandes festivais que a cada ano crescem mais e mais. Este ano tivemos no GDL, não a tocar mas a assistir e quando lá chegamos deparamo-nos com um recinto digno de um Wacken, condições excelentes, 2 palcos a funcionarem a 100%, um som fantástico, ficamos de boca aberta, mas em contrapartida esteve pouca gente para um evento daqueles e com a qualidade das bandas que por lá passaram, até fiquei um pouco triste, acho que o povo português queixa-se demais e depois nada fazem. O que é pena, mas neste momento é a realidade.

MH- Hoje em dia ninguém pode negar a importância da internet no meio musical, myspace, downloads ilegais, fóruns de discussão… Que opinião reservam para cada um destes factores?
CF- Venham mais para a gente abusar deles. (risos)

MH- Com o aparecimento das webzines e blogs dedicados ao Metal, acham que já não existe espaço para as fanzines em papel ou este tipo de meio de comunicação é algo que nunca deveria desaparecer?
CF-Há sempre espaço para tudo e sinceramente, quantas mais melhor. É à custa dessas e de outras que as bandas “vivem” neste momento.

MH- Que actividades futuras poderemos esperar dos Coldfear? Muitos concertos, gravações?
CF-Podem esperar um 2009 em grande, que pelo menos é o que pretendemos fazer dele. Estivemos este fim-de-semana a marcar estúdio para gravarmos o nosso primeiro EP, que ainda não tem nome, mas que começará a ser gravado em inícios de Junho, nos UltraSoundStudios em Braga, com a produção do Daniel Cardoso. Local já bastante conhecido pelo underground português e não só. Achamos que era o sítio ideal para gravarmos, não só pela qualidade dos trabalhos que têm saído de lá, como de logística e de situação geográfica. Depois disso vamos tentar arranjar editora/distribuidora e agendar uma data de concertos para promovermos o EP. Entretanto, vamos começar a compor mais uns temas, para na altura de gravar termos mais margem de manobra e fazer uma pré-produção antes de entrarmos em estúdio.

MH- Bem, obrigado pela vossa presença na Metal Horde, espero que não tenha sido uma grande seca responder às questões e podes deixar os leitores com as vossas “final words” por agora.
CF- Obrigado nós pela entrevista e interesse pelos Coldfear. Não é todos os dias que temos a possibilidade de nos darmos a conhecer um pouco. Esperamos que a Metal Horde seja um sucesso e que tenhas também muito sucesso nos teus projectos e não só. E para finalizar. Fiquem atentos às novidades, porque os Coldfear ainda vão muito que falar… ou não. (risos)

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