Thursday 12 November 2009

Artworx - Metal Horde Zine #4

Os Artworx são uma banda da Margem Sul formados em 2003 por três ex-Drakkar: Carlos Santos (baixo), Hugo Lopes (guitarra) e Carlos Rodrigues (bateria) como uma forma de exprimirem a sua creatividade musical! Um ano depois encontraram o homem para as teclas, Rui Gonçalves, e o vocalista, Eduardo Inácio para assim darem azo às suas ideias! Após uns quantos shows, entre eles a final do concurso 'Loud Metal Battle', a banda e o Eduardo seguiram caminhos diferentes, entrando depois para a banda como vocalista o Hugo Soares (ex: Ethereal)! Com mais uns quantos concertos dados a banda tem estabelecido o seu som e imagem onde se nota muito Heavy Metal com uma veia bastante progressiva, não sendo de estranhar a comparação a bandas como Dream Theater, Nevermore ou Opeth feitos por amigos e imprensa!

O que se segue é a conversa que tive com o Carlos Santos em Agosto/Setembro de 2008 e que chegaria às páginas da Metal Horde Zine #4!



MH- Hail , como vão as coisas com os Artworx?
CS- Boas Nuno, antes de mais, é um prazer para nós participar em mais uma edição da Metal Horde Zine , de salutar sempre o empenho e dedicação de pessoas como vocês que apostam, voluntariamente, na divulgação e apoio à música nacional, todas as palavras são poucas para descrever tão grandiosa atitude... Obrigado... Quanto aos Artworx, actualmente ainda estamos longe do patamar que ambicionamos, mas continuamos a unir esforços para alcançar todos os objectivos a que nos proposemos. Passo a passo o nome da banda vai-se alargando por terras lusas, o myspace tem sido determinante para dar a conhecer o nosso trabalho, assim como outros locais da net, nomeadamente blogs e fóruns de música. Não vamos negar que os concertos são a peça chave para promover a nossa musicalidade, é aí que queremos estar e é em cima do palco que a banda Artworx, com muito empenho, humildade e perseverança, tem mostrado todo o seu potencial!

MH- Conta-nos um pouco do vosso passado, que têm feito até aos dias de hoje e aproveita e apresenta-nos o resto da banda...
CS- Como eu costumo dizer, a banda Artworx “surgiu há 19 anos atrás”, quando duas crianças, Hugo Lopes e Carlos Santos, decidiram formar uma banda, com o sonho de um dia pisar grande palcos e tocar para um mar de gente como faziam os seus ídolos da altura, nomeadamente bandas como Metallica, Sepultura, Iron Maiden, Napalm Death, etc.... Um deles comprou uma guitarra e o outro um baixo e, com o andar do tempo e alguma aprendizagem, passámos por bandas como Drakkar; foi nessa passagem de cerca de 5 anos que conhecemos o nosso baterista e grande amigo Carlos Rodrigues, músico que já nos acompanha há mais de 10 anos... Depois da nossa separação da banda Drakkar, houve um período em que a música não fazia parte das nossas vidas, até que um dia numa conversa de jantar, decidimos voltar às lides musicais e formar um projecto. Depois de algum tempo de ensaios e assimilação de ideias, juntou-se a nós aquele que seria o primeiro vocalista de Artworx, o Eduardo Inácio (ex-Apathy). No entanto, faltava-nos ainda um elemento para os teclados, a exigência era grande e tinha de ser alguém com real capacidade para integrar o projecto; nessa fase experimentamos algumas pessoas sem compromisso, até que apareceu o Sr. Rui Gonçalves, cuja experiência com bandas era nula, mas a sua experiência de conservatório, creatividade, qualidade de execução, personalidade e humildade impressionaram-nos logo no primeiro ensaio. Estava assim encontrado o 5º elemento. O nosso primeiro concerto foi no concurso Loud Metal Battle, no qual participavam cerca de 30 bandas. Foi nesta fase que o nome Artworx começou a sair da garagem, passando as várias eliminatórias e obtendo um sexto lugar na final. Depois de mais alguns concertos, o vocalista Eduardo Inácio saiu da banda. Em sua substituição, entrou o Hugo Soares, que na altura era também a voz de Ethereal (RIP 2008), dotado de um misto de qualidades que tanto nos agradaram, não só como músico, mas também como pessoa. Com a sua entrada nos quadros da banda fecha-se um ciclo e nasce outro: o do presente e do futuro de Artworx...

MH- E já agora, porquê Artworx e que significado tem para vocês, apenas um nome ou algo mais?
CS- O nome Artworx apareceu por sugestão do nosso primeiro vocalista , soou-nos bem e assim ficou. Como alguém escreveu na biografia da banda : “Um artista é um intérprete de inspirações que, neste caso, transformam a concepção de música e escrita numa estrutura distinta chamada ARTWORX”. Concordo em pleno com todas as palavras, mas gosto de acrescentar que é a nossa união, respeito e amizade que dão o significado a Artworx !!

MH- Vocês apesar de serem uma banda recente contam com elementos com um background já algo recheado com passagens por bandas como Drakkar ou Ethereal. Pensas que devido ao facto de três dos elementos virem dos Drakkar pode facilitar a vossa identificação com o público nacional ou pode funcionar ao contrário, com as pessoas à espera de ver um seguimento ao som dos Drakkar?
CS- Os elementos que vieram dos Drakkar deixaram a banda há cerca de 7 anos e desde essa altura, é claro, evoluímos de forma diversa. Sinceramente acredito que os seguidores de Drakkar os vêem com a formação actual e não com a que tinha há quase uma década. Acredito mais que tal aconteça com o Hugo Soares, a voz é seguramente a mesma e os Ethereal foram uma banda muito marcante no panorama musical do metal; é natural que os fãs continuem a querer acompanhar o trabalho dele. Mas penso que não há propriamente uma identificação entre os 3 projectos. Drakkar, Ethereal e Artworx são peças completamente distintas, com conceitos e musicalidades diferentes.

MH- Como definirias o vosso som? Existe um determinado som que procuraram fazer ou não tinham qualquer tipo de predefinição quando iniciaram a banda?
CS- De início, não tínhamos nenhuma sonoridade propriamente estudada, embora as nossas influências viessem praticamente todas do metal . Simplesmente começámos a tocar aquilo que nos ía na alma e o som foi saindo, fluído. Dada a nossa criatividade , versatilidade e estrutura de composição, os temas acabam por ter muita dinâmica, com atmosferas diferentes, algumas partes mais complexas e alterações de tempo , todas estas caractristicas resultaram numa banda de metal progressivo . Actualmente, e desde a entrada do Hugo Soares, o som evolui cada vez mais para uma vertente mais pesada, que muito nos agrada , mas sempre dentro de um género progressivo, em que não esquecemos o lado melódico que, ao fim de contas, é um dos pilares do nosso projecto.

MH- Quem vos viu ou ouviu faz comparações a bandas como Nevermore, Maiden ou Dream Theater, eu pelo menos na faixa que ouvi vossa, foi mais Nevermore que me recordou. Como se sentem com essas comparações a pesos pesados do Metal?
CS- Quando a banda apareceu pela primeira vez ao vivo surgiram muitas comparações com Dream Theater, dos tempos do Awake. Ultimamente, e com a chegada do Hugo Soares, é frequente ouvir a comparação com Nevermore. A verdade é que, hoje em dia, é difícil os projectos não serem alvo de comparação, dada a quantidade de música com que somos bombardeados todos os dias. Obviamente que sermos comparados a bandas desse calibre é um elogio muito gratificante.

MH- A nível lírico, que aspectos focam nas vossas letras, o dia a dia ou situações fictícias?
CS- Quem escreve as letras é o nosso vocalista e tudo depende do que a musica lhe transmita , na sua generalidade foca ambos os aspectos , tanto utiliza experiências e situações do quotidiano , como veste as letras de uma forma mais fictícia .

MH- Vocês já se estrearam ao vivo, tendo tocado em Corroios no March Of Metal, como viste todo esse acontecimento e como sentiste a vossa actuação e a reacção do público?
CS- Apesar desse concerto não ter sido a nossa estreia , foi uma noite para recordar , grande convivio e uma organização espectacular , havia muita gente que não nos conhecia e apesar do evento ser mais dedicado ao heavy metal tradicional, o resultado final foi bastante positivo, mesmo aqueles que não gostaram da nossa vertente mais tecnicista, respeitaram o nosso trabalho e parabenizaram-nos pela actuação .

MH- Hoje em dia nota-se um ressurgimento do vynil já com algumas editoras a apostarem de novo nesse formato, ainda compras vynil ou és um amante das novas tecnologias?
CS- Sinceramente, há anos que não compro um vynil, mas ainda guardo no sotão algumas relíquias. Contudo, não deixei de adquirir vynil por ser amante das novas tecnologias, que confesso apreciar, mas porque não se proporcionou. No fundo, aprecio as duas.

MH- És um espectador atento ao que se vai passando na cena nacional? Que novos lançamentos te chamaram a atenção nestes últimos tempos?
CS- Pessoalmente não estou muito a par do que se passa no panorama nacional, no entanto, os álbuns de Concealment, “Leak”, de Wako, “Deconstrutive Essence”, e de Oblique Rain, “Isohyet”, agradaram-me bastante, não só pelas suas sonoridades como pela qualidade de produção.

MH- Falando de cena, há quem propague que tal não existe, és dessa opinião ou achas que de ano para ano se tem fortalecido?
CS-Eu acredito que, cada vez mais, as pessoas não se agarram a rótulos e penso que, cada vez menos, se utilize o metal como filosofia de vida. Pela minha experiência, parece-me que as pessoas são cada vez mais open minded e, hoje em dia, não me parece que ouvir metal seja sinónimo de ser ‘metaleiro’.

MH- Existem muito mais eventos mas estranhamente muitos acabam por ter pouca adesão, é só culpa da situação económica do nosso país ou existe algo mais, como cada vez mais termos metaleiros de sofá que passam mais tempo a ligar às novelas da net que a assistir a concertos?
CS- Nos tempos de hoje , e felizmente, há muito por onde escolher e isso, na minha opinião, condiciona a quantidade de público presente em cada um dos eventos; as pessoas acabam por diluir-se mais. Mas também é uma verdade que a questão financeira é um factor a ter em conta. Nem todos podem dispender dinheiro para assistir a 3 grandes eventos no mesmo mês, por exemplo.

MH- Falando de internet, que opinião reservas para os downloads ilegais? Serão a besta negra da indústria musical ou poderão ser vistos como um bom factor para as bandas?
CS- Acho que este assunto não é tão linear ao ponto de poder dar uma resposta concreta. Depende dos casos , penso eu...

MH- Que sons têm passado no teu stereo nestes últimos tempos?
CS- Devido à minha falta de tempo, actualmente, não costumo ouvir muita música, contudo, no carro tenho ouvido Ark e Nevermore. Este último, confesso, que não conhecia, mas comecei a ouvir mais pela curiosidade de sermos tão comparados a eles . De facto, a sonoridade de Nevermore tem sido uma bela surpresa .

MH- Estão a pensar num futuro próximo gravar algo para apresentarem o vosso som ao público? Que formato estão a pensar utilizar?
CS- De momento, estamos a alinhavar alguns pormenores necessários para a consumação do nosso primeiro longa duração . Em príncipio, no início do próximo ano, já estaremos em estúdio.

MH- Bem deixa-nos com as tuas final words por aqui, foi um prazer contar com vocês para mais um número da Metal Horde....
CS- Obrigado a todos os que acreditam nesta banda, espero que um dia os Artworx, possam retribuir todo esse apoio incondicional !
Nuno , um grande abraço para ti , espero que continues com toda essa força, de forma a que consigas alcançar todos os objectivos com a Metal Horde Zine . Bem hajam !



E pronto fica aqui a primeira das entrevistas que depois passou para Inglês! Ao Carlos e aos Artworx o meu Obrigado por terem respondido!



1 comment:

  1. Nós é que temos de agradecer Nuno !

    Grande abraço do pessoal.

    Carlos Santos & Artworx

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